Sintricom cobra da Petrobras informações sobre expansão da UTGCA em Caraguá e obras na Revap em São José dos Campos
O presidente em exercício do Sintricom, Marcelo Rodolfo cobra da Petrobrás que reveja os seus planos e reabra a licitação para a contratação dos serviços de expansão/adequação da Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba (SP), anunciada em junho de 2020, mas cancelada em dezembro, às vésperas da apresentação das propostas dos interessados. Estatal alegou que o projeto “perdeu atratividade econômica”.
O edital divulgado previa a aquisição de serviços de engenharia, terraplanagem, construção civil, montagem eletromecânica, interligações, integrações, comissionamento, pré-operação, partida e operação assistida, atividades de desmobilização, entre outros, nas áreas da UTGCA em Caraguatatuba e da Refinaria Henrique Lage (Revap).
O projeto demandaria investimentos da ordem de R$ 3 bilhões com previsão de geração de mais de 3 mil empregos. A obra de adequação/ expansão da UTGA era prevista para ser concluída em meados de 2024. A projeção original da Petrobras contemplava assinatura de contrato no primeiro semestre de 2021. O prazo de execução da obra era de 38 meses.
Segundo o site Petróleo Hoje, os grupos Shandong Kerui, Mota Engil, Engetec (Queiroz Galvão) e Toyo/Setal vinham trabalhando para apresentar proposta no prazo estipulado no edital e também foram surpreendidos com a decisão da empresa que por meio da Comissão de licitação informou que o projeto “perdeu atratividade econômica avaliada a luz do Plano Estratégico 2021-2025”.
“Nós não concordamos com a justificativa da Petrobras para o cancelamento da licitação. Sabemos da importância que a nossa região tem para o mercado brasileiro e internacional. E a unidade de Caraguá tem um papel relevante para a oferta de gás natural e para a economia da região, gerando empregos diretos e indiretos, movimentando uma cadeia de fornecedores, produzindo receita em impostos e royalties. Nossa região tem todas as condições de ser contemplada com esse investimento”, disse o presidente em exercício do Sintricom, Marcelo Rodolfo.
Sobre a licitação
Segundo informações do site PetróleoHoje, a licitação foi conduzida sob a modelagem de EPC (Engineering, Procurement and Construction) e previa a contratação do serviço de construção de uma planta de processamento com capacidade para 8 milhões de m³/dia de gás, além de duas unidades de tratamento, com capacidade para 6 milhões de m³/dia, cada. O escopo do contrato incluía também a construção de unidades de efluentes e água de gás e outros sistemas de menor porte.
Com capacidade total de processamento de 20 milhões de m³/dia de gás natural, a UTGCA está em operação desde 2011. A unidade passou por obras de adequação e ampliação concluídas em 2014, quando começou o processar os volumes extraídos do pré-sal. A UTGCA recebe a produção escoada pela Rota 1.
Injeção maior
O cancelamento da licitação sinaliza que a Petrobras irá aumentar, nos próximos anos, o volume de injeção do gás, sobretudo nos ativos do pré-sal. Sem a ampliação do Rota 1 e da UTGCA, a petroleira ficará com sua capacidade de escoamento limitada a 44 milhões m³/dia de gás, volume total do Rota 1, 2 e 3.
Com Búzios despontando para se tornar, futuramente, o maior campo da Petrobras, grande parte do aumento do volume de injeção tende a ocorrer no ativo. Sem a ampliação da UTGCA a companhia terá que ampliar a injeção de outros campos do pré-sal e também do pós-sal.
Segundo dados da ANP, Búzios já ocupa o segundo lugar no raking de injeção de gás, com o volume de 12 milhões de m3/dia, perdendo apenas para Tupi, onde a Petrobras injeta 19 milhões de m3/dia. O campo de Sapinhoá fica com o terceiro lugar, com volume de 4 milhões de m3/dia.
O gás processado na UTGCA dá origem a três produtos: o gás natural, que tem uso industrial, residencial e veicular; o GLP, gás liquefeito de petróleo ou gás de cozinha; e o C5+ (condensado), parte líquida do gás.
Imprensa Sintricom com informações site Petróleo Hoje e do Blog Salim Burihan