Pressão do Sintricom forçou investigaçãosobre a morte de trabalhador na Revap

Pressão do Sintricom forçou investigaçãosobre a morte de trabalhador na Revap

Relatório da Comissão que investigou o acidente confirma morte por queda

Como já indicava o laudo do IML sobre a morte do companheiro José Roberto Ferreira do Nascimento, o Robertinho, que era trabalhador da EQS, empresa terceirizada da Revap, relatório final da Comissão de Investigação e Análise deste acidente fatal, ocorrido no último dia 6 de junho, concluiu que o trabalhador sofreu uma queda de altura durante o trabalho, ao contrário do que havia sido divulgado previamente pela empresa logo após o acidente. A pressão feita pelo Sintricom contribuiu para que a Petrobrás finalmente criasse uma comissão para investigar a morte do trabalhador como sendo acidente de trabalho, o que vinha sendo negado inicialmente.
Porém, com toda pressão, foi criada uma comissão de investigação. O relatório desse trabalho foi concluído no final da semana passada e confirma a morte do trabalhador por queda. No entanto, diz que o trabalhador estava inconsciente na hora da queda, posição que não é unânime. O Sindipetros divulgou que mesmo tendo assinado o documento na sua conclusão, uma vez que foi voto vencido, não concorda com essa tese, e faz críticas quanto à forma com que os trabalhos da comissão foram conduzidos, com claro cerceamento à atuação do representante do Sindicato.
Conforme divulgação feita pelo Sindipetros, a hipótese mais provável é que o trabalhador estava consciente. No entanto, o histórico de saúde, os relatórios médicos e o laudo da necropsia nos permitem chegar a essa conclusão. O Sindipetros que participou das investigações divulgou que identificou várias irregularidades em relação à gestão de trabalho em altura, inclusive questões já cobradas na CIPA e nas Comissões bilaterais onde discutimos a política de segurança da empresa. Questões que se tivessem sido sanadas, poderiam ter evitado essa morte.
Na divulgação, ainda o Sindipetros destaca que a manifestação promovida pelo Sintricom, em frente à Revap, no último dia 12, em que o presidente do Sintricom, Marcelo Rodolfo da Costa, exigiu rigorosa apuração sobre o que provocou a sua morte, assim como uma melhoria na política de segurança na Petrobras, foi fundamental para que a morte do companheiro Robertinho fosse investigada, uma vez que a Petrobrás, até o dia 22, conforme publicação feita pelo jornal O Vale, seguia negando publicamente o acidente quando questionada pela imprensa.
LAUDO DO IML – Conforme o laudo do IML, Robertinho teve ferimentos compatíveis com queda de altura, inclusive com os óculos e capacete que usava no momento do acidente ficaram bastante danificados. Tudo isso afastava, desde o início, a hipótese de queda de mesmo nível. Portanto, as lesões em seu corpo, conforme também aponta o relatório da médica que o atendeu, desmente as informações da empresa de que o trabalhador teve mal súbito e queda de mesmo nível, o que acabou sendo confirmado nas investigações.
Apuração feita pelo Sintricom também revela não ser verdade a informação divulgada pela Petrobras de que o trabalhador não havia iniciado suas atividades. No dia seis de junho, data do acidente, Robertinho iniciou sua jornada de trabalho às 17h48 e o acidente ocorreu por volta das 21h30.
O fato é que há ainda muitas informações desencontradas e que precisam ser esclarecidas. É preciso maior transparência sobre a morte deste trabalhador para que medidas sejam adotadas urgentemente pela empresa a fim de evitar que novos acidentes façam mais vítimas. Basta de acidentes!
O Sindipetro-SJC e a FNP solicitaram e foi agendada uma reunião com o diretor de refino da Petrobrás, no Rio de Janeiro, na próxima quinta-feira, dia 29 de junho, para tratar do assunto. O Sintricom também reitera sua posição de que não se pode aceitar a gestão de uma refinaria tão importante seja feita por pessoas que tentaram ignorar/esconder um acidente fatal.
O presidente do Sintricom deixa claro que, juntamente com as demais entidades, continuará cobrando medidas efetivas que possam fazer com que a Revap se comprometa, de fato, com a segurança dos seus empregados. “Basta de acidentes! Exigimos uma política transparente que garanta a segurança de cada companheiro trabalhador que atua na refirnaria”, completa Marcelo Rodolfo da Costa.

Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124


Assessoria de Imprensa Sintricom