VITÓRIA: Após 2 dias de greve, Método Potencial paga salários atrasados na REVAP

VITÓRIA: Após 2 dias de greve, Método Potencial paga salários atrasados na REVAP

Acordo também garantiu o abono dos dias parados e volta sem retaliações

Após pressão dos trabalhadores, em greve desde a última segunda-feira (18), a empresa Método Potencial, terceirizada que presta serviços de manutenção de rotina na Revap (Refinaria Henrique Lage), em São José dos Campos, pagou o salário de setembro e a ajuda de custo (vale alimentação) de R$ 870,00, atrasados desde o dia 7 de outubro.

Com os pagamentos em dia e com a condição de que a empresa não desconte os dias parados e nem faça retaliações, os trabalhadores decidiram em assembleia hoje (20) com o presidente em exercício do Sintricom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Mobiliário e Montagem Industrial de São José dos Campos e Litoral Norte), Marcelo Rodolfo da Costa, na Portaria P4 (passarela Dutra) pelo encerramento da paralisação e a volta às atividades na refinaria.

Crédito: Heitor Morais

“Ontem foi uma briga com a empresa que queria descontar os dias parados. Conquistamos o pagamento dos atrasados e nenhum prejuízo aos trabalhadores. Nós fizemos um bom trabalho até aqui. Nós mobilizamos no momento certo. Nós temos fechamento, unidade. Por que se não sair o próximo pagamento de vocês nós vamos pra greve de novo. Nós não temos medo de paralisação. Nós precisamos manter a nossa unidade, ficar juntos para passar essa turbulência que a empresa está passando”,

disse o presidente em exercício do Sintricom, Marcelo Rodolfo da Costa.

Luta continua

Mas, o fim da greve não parou a mobilização que continua para garantir que outras pendências também sejam quitadas. Além da multa pelo descumprimento de cláusulas do Acordo Coletivo vigente, a empresa tem que depositar ainda hoje o adiantamento do salário de outubro. Sintricom e trabalhadores também querem garantias que a Método Potencial terá condições de honrar compromissos já assumidos como o pagamento da 1ª parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 2.946,78 e da 1ª primeira parcela do 13º salário, ambas até 29 de novembro.

Uma alternativa que está sendo negociada com a direção da Revap e com a empresa é usar os valores retidos do contrato ou parte do crédito da próxima fatura, que será paga até dia 25 de outubro. Isso  evitaria que o dinheiro caia na conta da Método e seja usado para cobrir débitos com o banco/credores, o Sintricom solicitou a Método que faça uma confissão de dívida e autorize a Petrobrás a repassar o montante que cabe aos trabalhadores ao sindicato, para que a entidade sindical faça os pagamentos.

“O que nós conquistamos aqui foi muito importante. Nós estamos fazendo uma discussão com a Petrobrás para abrir um aditivo no acordo de vocês para que o dinheiro retido não passe pela Método e vá direto pra conta de vocês, ou através do Sindicato”

Marcelo Rodolfo – Presidente em Exercício Sintricom

Solidariedade aos trabalhadores de outras refinarias

Além da REVAP, a Método Potencial está tirando o sono de centenas de trabalhadores terceirizados também na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, na Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão (RPBC) e na Refinaria de Paulínia (Replan).  No último sábado (16), trabalhadores terceirizados de Urucu também entraram em greve contra o calote nos salários feito pela Método Potencial. 

““Nós torcemos para os trabalhadores de outras refinarias tenham o mesmo êxito que nós estamos tendo aqui. Não é justo que os trabalhadores tenham que brigar na Justiça para receber o que construíram, enquanto o dinheiro que é de vocês fica retido na Petrobrás. A Petrobrás tem que se responsabilizar e garantir que as suas contratadas honrem os pagamentos”, concluiu o presidente do Sintricom.

Movimento conta com apoio da CUT e sindicatos filiados, Feticom e Sindipetro-SJC

Além da FETICOM (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de São Paulo), da coordenação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Vale do Paraíba e Litoral Norte, comandada pelo sindicalista Zé Carlos dos Condutores e Sindipetro-SJC, a mobilização dos trabalhadores da Método Potencial teve o apoio do Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba, Sindicato dos Papeleireiros de Jacareí e STIC MOB Jacareí (Sindicato da Construção Civil).

Redação: Alessandra Jorge

Imagens: Heitor Morais


Alessandra Jorge