Trabalhadores da Liga Engenharia entram em greve por falta de pagamento

Trabalhadores da Liga Engenharia entram em greve por falta de pagamento

Todos os meses é a mesma coisa, os trabalhadores da Liga Engenharia que prestam serviços na UTGCA (Unidade de Tratamento de Gás em Caraguatatuba) vivem a incerteza do dia em que o pagamento do salário vai chegar. Foi assim em março, abril e até agora em maio nada caiu na conta. De certeza sobram as cobranças do aluguel, da água, da luz, da comida na mesa e a angústia de quem trabalhou, suou, manteve a unidade funcionando, mas convive com as consequências da precarização dos contratos da Petrobrás.

Cansados de esperar por uma solução decidiram na manhã de hoje, em assembleia com o presidente em exercício do Sintricom, Marcelo Rodolfo, com o apoio do diretor do Sindipetro-LP, Marcelo Silva, cruzar os braços e iniciar uma paralisação por tempo indeterminado.

Apesar da empresa não ter respondido ao aviso de greve enviado pelo Sintricom, hoje, o preposto da Liga na unidade, em conversa com o presidente Marcelo Rodolfo, disse que uma solução está sendo acertada com a Petrobras para que os salários sejam pagos e se comprometeu a intermediar uma negociação.

Na última sexta-feira (14), em reunião intermediada pelo Sindipetro-LP, com a participação do setor de relacionamento sindical da Petrobrás, o representante afirmou que a empresa tem faturas em aberto, que totalizam mais de R$ 12 milhões mas que ainda não foram pagas, pois a mesma tem pendências com documentação.

“Conversei com o preposto da Liga, que ficou de intermediar uma reunião. O administrativo dele (Petrobras) já começou a fazer contato com a gente. A empresa tem uma divida do INSS, em nivel nacional, tem outros contratos que a Petrobras não libera a grana, pois tem que apresentar as guias de recolhimento”, disse o presidente do Sintricom, Marcelo Rodolfo.

“Aqui tem mais de R$12 milhões presos com a Petrobras. A gente cobra posição dela e ela aplica multa na gata. Eu faço greve quando não temos dialogo. Se ele (preposto da Liga) passar alguma situação por escrito aos trabalhadores, podemos votar para voltar, mas não dá para ficar como está sem dar uma satisfação, sem saber quando irá sair o dinheiro. Vocês não estamos mais recebendo salário. Aqui não está nem pingando, aqui secou e daqui a pouco a terra estará rachando”, disse Marcelo Rodolfo.

Para o dirigente sindical, Jorginho, o momento é de unidade e garra. “Seu suor já ficou aí dentro, mas o seu salário está no bolso do patrão. Se for pra somar estamos todos os juntos. “

Precarização – Para o diretor do Sindipetro-LP, Marcelo da Silva, a precarização dos contratos é grande culpada para que situações como a vivida pelos trabalhadores da Liga Engenharia sejam cada vez mais constantes.

Antigamente isso acontecia no final do contrato, agora já está assim no começo. Do mesmo jeito que o Sintricom está na cola da empresa, a gente (Sindipetro) também está cobrando a Petrobras, que retém o pagamento, pois não pode pagar empresa que não paga trabalhadores. Essa é a hora de vocês demonstrarem força e mostrar que estão unidos e querem receber o salário de vocês”, disse Marcelo Silva, diretor do Sindipetro-LP.


Heitor N. Morais