Campanha Salarial 2020 REVAP
Contra truculência dos patrões trabalhadores votam Estado de Greve na Revap
Os trabalhadores das terceirizadas da Revap aprovaram hoje (13) em assembleia realizada pelo Sintricom de São José dos Campos e Litoral Norte (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Montagem Industrial) e Feticom, estado de greve até a próxima quarta-feira, em protesto a postura das empresas que se recusam a conceder reajuste salarial e pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados)
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 3% nos pisos e salários, a serem pagos retroativos a maio, data-base da categoria, pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) no valor de R$ 5893,56, ajuda de custo mensal de R$ 810,00, cesta natalina de R$ 396,59. Além da manutenção de todas as cláusulas sociais e econômicas do acordo anterior.
Mas, após várias tratativas para o fechamento do acordo coletivo as empresas Estrutural, NM, Engevale, Método Potencial, Herbert, A&M, Passaúra, Global, Niplan, Comau, Vital, Falcão Bauer afirmaram por videoconferência e por e-mail enviado ao Sindicato, que não irão pagar a PLR e nem qualquer percentual de reajuste esse ano.
Para o presidente em exercício do Sintricom, Marcelo Rodolfo da Costa, a decisão das empresas é absurda, pois querem retirar direitos há anos duramente conquistados e colocar nas costas dos trabalhadores a culpa dos supostos prejuízos causados pela pandemia da Covid-19.
“Nós não iremos aceitar a retirada de nenhum direito de vocês. Já está na hora da gente arregaçar a manga e trabalhar para nós, ou os nossos benefícios irão para o ralo. Porque a nossa PLR era para receber agora em novembro e disseram “não tem”, disse o presidente em assembleia.
O vice-presidente da Feticom-SP, Gilmar Guilhen, também criticou a postura das empresas.
“Nós construímos um acordo, nós discutimos com vocês e para nossa surpresa dias depois as empresas começaram andar para trás. E eles não podem vir com a desculpa da COVID-19 para tirar direitos. Nós já cedemos o que tinha que ceder. Nós queremos que as empresas voltem para a mesa com aquilo que nós passamos um dia todo construindo e depois aprovamos com vocês”, disse Gilmar Guilhen, vice-presidente Feticom.
O ex-tesoureiro do Sintricom, Jorge Costa destacou a importância da organização e da manutenção dos diretos.
“As empresas já foram beneficiadas pelo governo federal várias vezes. Puderam parcelar a PLR do acordo passado, postergaram pagamentos de FGTS, receberam ajuda financeira para reduzirem salários. Nós temos que manter a nossa organização. Se a gente perder as nossas conquistas jamais vamos recuperar nossos direitos.”
Caso não aja nenhuma mudança na decisão das empresas, os trabalhadores devem iniciar greve na próxima quinta-feira.