16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher

16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher

A Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher tem início hoje em mais de 150 países, com o objetivo de conscientizar a população a respeito dos diferentes tipos de agressão cometidos contra meninas e mulheres.

Segundo a pesquisa “Violência Doméstica durante a Pandemia da Covid-19”, divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), os casos de feminicídio cresceram 22,2%, entre março e abril deste ano, em 12 estados do país, comparativamente ao ano passado.

Conforme elucida o Instituto Maria da Penha, a violência não é necessariamente física, podendo ser também de natureza psicológica, moral, patrimonial, sexual e institucional, quando cometida pelo poder público.

No Brasil, a campanha tem 21 dias e teve início no Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, por ser as mulheres negras aquelas com maiores índices de agressão e termina no dia 10 de dezembro, data da proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A campanha

O dia 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”, assassinadas em 1960 por seu ativismo em oposição ao governo do ditador Rafael Trujillo, que presidiu a República Dominicana de 1930 a 1961, quando foi deposto. Estende-se até o dia 10 de dezembro, data da proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Onde buscar ajuda

As vítimas ou qualquer pessoa que testemunhar uma agressão pode fazer denúncias pelos telefones 180 e 100 do governo federal, que registram a ocorrência e informam quais equipamentos estão disponíveis na cidade.

Em São José dos Campos, há a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), no entanto, com atendimento apenas em horário comercial. Aliás, a ampliação do atendimento para 24h é uma das principais bandeiras do movimento de mulheres e da sociedade como um todo.

Para facilitar o acesso das vítimas a locais aos quais podem recorrer, a Agência Brasil publicou um guia detalhando o papel de cada um e como podem conseguir atendimento.

Acesse e confira: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-05/agencia-brasil-explica-onde-mulheres-agredidas-podem-encontrar

ONU lança a campanha “Onde Você Está Que Não Me Vê?

Mulheres das cinco regiões do Brasil e que defendem diferentes causas sociais compõem a narrativa da campanha, que traz o foco para a diversidade das mulheres, seu lugar de fala, território, assim como a prevenção e eliminação de diferentes formas de violências, especialmente agravadas pela pandemia da COVID-19. São visibilizadas lideranças femininas de mobilizações sociais, mulheres ativistas, defensoras de direitos, que estão na linha de frente dos movimentos, nos sindicatos, nas organizações populares, nos espaços políticos, na academia, nos campos, nas florestas e nas águas. Mulheres que agem pelo direito de todas, que educam, cuidam e questionam: Onde Você Está Que Não Me Vê?

Neste ano de 2020 muitos alertas sinalizaram que, por trás da emergência sanitária trazida pela COVID-19, estava se agravando uma antiga e silenciosa pandemia: a violência contra mulheres e meninas. Foi neste contexto que o secretário-geral da ONU, António Guterres, lançou a Estratégia de Engajamento Político sobre Violência Baseada em Gênero e COVID. Nela, Guterres convoca todas as instituições públicas e privadas, organizações da sociedade civil, movimento de mulheres, academia, mídia, pessoas comuns, para pensar e agir estrategicamente pelo fim da violência contra as mulheres e meninas.


Heitor N. Morais