Trabalhadores da Método Potencial mantém greve na Revap

Trabalhadores da Método Potencial mantém greve na Revap

Paralisação chega ao segundo dia com cerca de 90% do efetivo da empresa de braços cruzados

Sem a confirmação do pagamento do salário de setembro e da ajuda de custo de R$ 870,00, os trabalhadores da Método Potencial, terceirizada que presta serviços de manutenção de rotina na Revap (Refinaria Henrique Lage), votaram pela continuidade da greve iniciada ontem (18).

A assembleia realizada hoje na portaria P4 da Revap, pelo presidente em exercício do Sintricom, Marcelo Rodolfo da Costa, contou com o apoio do presidente do Sindipetro-SJC, Rafael de Paula Prado Alvarelli 

Em reunião por videoconferência com o Sintricom, no final da tarde de ontem, a direção da empresa se comprometeu a colocar em dia os salários e programar para essa quarta, o crédito da ajuda de custo (vale alimentação). No entanto, até às 9h de hoje, apenas uma pequena parcela de trabalhadores havia recebido o pagamento. A grande maioria, dos quase 400 trabalhadores, continuava sem saber o que fazer para sanar as dívidas e garantir o sustento da família.

Empresa também atrasa pagamentos de trabalhadores de outras refinarias

Além da REVAP, a Método Potencial está tirando o sono de centenas de trabalhadores terceirizados também
na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, na Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão (RPBC) e na Refinaria de Paulínia (Replan). 

No último sábado (16), trabalhadores terceirizados de Urucu também entraram em greve contra o calote nos salários feito pela Método Potencial. 

Em São José dos Campos, trabalhadores e Sintricom temem que a empresa não honre os compromissos e
buscam alternativas para evitar o calote. Nesta quarta (20), a empresa tem que fazer o adiantamento do salário de outubro e mal pagou o de setembro. No final de novembro, a primeira parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 2.946,78 deve ser depositada, além da primeira parcela do 13º salário.

Os constantes atrasos no pagamento dos salários, adiantamentos, férias e rescisões tem sido cada vez mais constantes na empresa, que estaria buscando crédito em instituições financeiras para honrar seus compromissos. Até a venda da empresa foi informada ao Sindicato, que quer saber “quem comprou e como ficará a situação dos trabalhadores?”

Na reunião de ontem com a direção da Revap foi afirmado ao Sindicato que a fatura que a empresa tem para receber da refinaria será paga ainda em outubro. E para evitar que o dinheiro caia na conta da Método e seja usado para cobrir débitos com o banco/credores, o Sintricom solicitou a Método que faça uma confissão de dívida e autorize a Petrobrás a repassar o montante que cabe aos trabalhadores ao sindicato para que a entidade sindical faça o pagamento.


Alessandra Jorge