Trabalhadores da Revap não aceitam pressão e entram no segundo dia de greve

Movimento dos trabalhadores é destaque em toda imprensa da região
Cerca de três mil trabalhadores do setor da construção civil e montagem industrial que atuam em empresas terceirizadas na Revap, de São José dos Campos, entraram nesta terça-feira, 27 de maio, no segundo dia de greve, que será tema de audiência marcada pelo TRT da 15ª Região de Campinas, nesta quarta-feira, 28 de maio, no período da tarde. Coordenados pelo Sintricom e com apoio de dirigentes sindicais de diversos sindicatos, os trabalhadores, mais uma vez, nesta nova assembleia, não se curvaram diante da pressão de diversas empresas e decidiram manter o movimento de greve deflagrado nesta última segunda-feira, 26 de maio, inclusive uma comissão estará junto com o Sindicato na audiência do TRT que acontecerá em Campinas.
A decisão de paralisar as atividades foi tomada na semana passada, em assembleia promovida pelo Sintricom e coordenada pelo presidente do Sindicato, Marcelo Rodolfo da Costa, quando os trabalhadores recusaram a contraproposta de acordo salarial apresentado pelas empresas. Naquela assembleia, os trabalhadores deram 72 horas para que fosse apresentada uma melhoria na proposta inicial, mas os empresários chegaram a apenas 6%, que repõe praticamente somente a inflação dos últimos 12 meses, conforme o INPC, sendo rejeitada na assembleia desta última segunda-feira.
Com data-base em primeiro de maio, os trabalhadores da Revap reivindicam reajuste salarial correspondente a 100% do INPC dos últimos 12 meses, mais 5% de aumento real nos salários, assim como o fim da escala 6×1 e da compensação aos sábados, com a garantia de jornada semanal de 40 horas. É reivindicado, ainda, PLR, lanche em horas extras e cesta natalina, além de manutenção das cláusulas sociais e reajuste no vale alimentação (R$ 860,53) ou tíquete refeição de R$ 39,11 por dia. Os trabalhadores da Revap pedem ainda mais segurança, seguro de vida adequado e EPIs de qualidade, além de melhorias no café da manhã, com 1 pingado, dois pães com presunto e queijo, uma fruta e um suco natural de 300ml, assim como a criação de piso salarial específico para os montadores de forma, auxílio-creche, uniforme com três pares de trocas, protetor solar e repelente de mosquito, para evitar que os nossos trabalhadores sejam picados pelo mosquito aedes aegypts, transmissor da dengue, enfim, ambientes seguro de trabalho e uma maior valorização.
Nesta nova assembleia de paralisação, os trabalhadores da Revap receberam apoio de dirigentes sindicais de diversas entidades, com da Construção Civil de Itapevi, que garantiu o caminhão de som e estrutura, assim como do Sindicato cos Condutores do Vale do Paraíba, Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, e da Feticom-SP e de outras entidades. Mais uma vez, todos deixaram claro que estão com os trabalhadores da Revap e que não aceitarão que patrões tentem forçar os trabalhadores a entrarem no trabalho, durante esse processo de mobilização.
Para o presidente do Sintricom, Marcelo Rodolfo da Costa, esse movimento tem mostrado a sua força e todo esse apoio e divulgação pela imprensa de São José dos Campos ratifica a importância dos trabalhadores da Revap na economia brasileira. “Esperamos que toda esta importância, dedicação e comprometimento dos trabalhadores seja reconhecida pelas empresas que prestam serviços à Revap na audiência que teremos no TRT”, completa o presidente do Sintricom.
Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124


















