Em assembleia com Sintricom, trabalhadores da Revap rejeitam proposta de acordo e cobram reajuste salarial de 13% e PLR de R$ 6 mil

Em assembleia com Sintricom, trabalhadores da Revap rejeitam proposta de acordo e cobram reajuste salarial de 13% e PLR de R$ 6 mil

Trabalhadores da empresas terceirizadas da Refinaria Henrique Lage (Revap) em São José dos Campos, responsáveis pelos serviços de manutenção de rotina, rejeitaram hoje proposta das empresas para acordo coletivo, referente a Campanha Salarial 2022, que tentava retirar direitos conquistados.

Durante a assembleia realizada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, do Mobiliário e Montagem Industrial de São José dos Campos e Litoral Norte (Sintricom), Marcelo Rodolfo da Costa e pelo vice-presidente da Feticom, Gilmar Guilhen, na portaria P4 da Revap, foi aprovada em votação uma contraproposta que reivindica reajuste salarial de 13%, a partir de 1º de maio, data-base da categoria.

Também será levada à mesa de negociações, a exigência do pagamento da Participação nos Lucros e Resultados de R$ 6 mil, ajuda de custo mensal de R$ 1.000,00 e a manutenção de todas as demais cláusulas sociais, como o direito a convênio médico para os trabalhadores e familiares e, econômicas aprovadas no acordo 2021.

Nenhum Direito A Menos – Além do reajuste abaixo da previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no período, que deve fechar em torno de 12%, congelamento dos valores pagos a título de PLR e ajuda de custo, a proposta das empresas queria também alterar as regras para o pagamento desses benefícios, prejudicando os trabalhadores que virem a ter faltas justificadas.

A inclusão de cargos e funções na tabela salarial é também um das reivindicações que estão sendo negociadas com as empresas.

“Nós não vamos permitir a retirada de nenhum direito. Vamos voltar à mesa fortalecidos, que não vai ter nenhum patrão querendo fazer manobra junto com a Petrobrás para dificultar o nosso movimento, nossa unidade, a nossa perseverança de brigar. Vamos continuar na luta para garantirmos um acordo decente, que garanta reajuste em todas as cláusulas econômicas”, disse o presidente do Sintricom, Marcelo Rodolfo da Costa.

Parada de Manutenção – Atualmente, além dos mais de 800 trabalhadores que exercem diversas funções na manutenção de rotina, o efetivo deve ultrapassar mais de 2 mil trabalhadores durante as atividades na Parada de Manutenção, que terá início no próximo dia 6 de maio (sábado).

Durante a Parada de Manutenção, prevista para durar cerca de 45 dias, toda a produção na Refinaria é interrompida para que sejam feitos serviços de manutenção e reparos nos equipamentos. Após esse período, inicia-se a pós-parada que é a retomada gradual da produção na Revap, com duração de aproximadamente mais 45 dias.

Além do Acordo Coletivo para os trabalhadores em contratos de manutenção de rotina, o Sintricom também fechou um acordo específico que abrange os trabalhadores em contratos de Parada, que terão direito a Participação dos Lucros e Resultados (PLR) R$ 1.500,00 e abono indenizatório referente 300 horas para cada trabalhador, que durante o período da Parada (6 de maio até 22 de julho de 2022 trabalharem no mínimo 15 dias).  

Aos trabalhadores da Parada também estarão garantidos a mesma tabela de cargos e salários aprovada no acordo coletivo da manutenção de rotina, bem como os valores pagos como ajuda de custo mensal.

Unidade Sindical – A assembleia realizada hoje (4) contou com o apoio da Coordenação da CUT Vale do Paraíba e Litoral Norte, representada pelo seu coordenador, Zé Carlos dos Condutores e de vários sindicatos cutistas: Sindicato dos Papeleiros de Jacareí, Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba e Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Jacareí (STIC Mob).

A participação do presidente do Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos (Sindipetro-SJC), Rafael de Paula Prado Alvarelli e dos diretores do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP), Marcelo da Silva e Valdemar Barbosa do Amaral reforçou a importância da unidade entre os dirigentes e trabalhadores terceirizados com os petroleiros para o fortalecimento das negociações.


Heitor N. Morais