Método Potencial não cumpre prazo e greve chega ao 7º dia

Método Potencial não cumpre prazo e greve chega ao 7º dia

Empresa, que tem contrato com a Refinaria apenas até fevereiro de 2022, não cumpriu prazo para pagamento de salário e benefícios. Sindicato já negocia ACT com empresa que vai substituir Método.

A greve dos trabalhadores da Método Potencialterceirizada que presta serviços de manutenção de rotina na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos, chega ao 7º dia e a empresa ainda não cumpriu o acordo de pagar os salários e benefícios atrasados. Mais de 95% dos quase 400 trabalhadores aderiram à paralisação.

A nova promessa da empresa é de que pagará os atrasados nesta quarta-feira (10), contou aos trabalhadores o presidente em exercício do sindicato Marcelo Rodolfo da Costa, em assembleia hoje na Portaria P4 da refinaria.

O dirigente afirmou que a entidade busca mecanismos para garantir que os valores retidos do contrato da empresa com a Petrobras e/ou referente a medições seja priorizado para quitação de todos os atrasados (salário de outubro e vale alimentação) e também garanta a quitação dos já demitidos.

Uma das soluções que está sendo negociada é a elaboração de uma “Confissão de dívida” por parte da empresa, por meio de um aditivo no contrato que a Método mantém hoje com a Petrobras. A “confissão de dívida” permitiria que a Petrobras faça os pagamentos direto para os trabalhadores ou repasse os recursos para o Sindicato fazer.

Mesmo sendo possível e já autorizada pela Justiça em outras Refinarias como na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, e na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária-PR, a adoção do procedimento está sendo postergada pela Método Potencial e pela Petrobrás.

Sindicato se reúne com EQS Engenharia que irá substituir a Método Potencial na Revap

Na tarde desta segunda-feira (8), ocorreu por videoconferência uma reunião do Sindicato com a EQS Engenharia, que vai substituir a Método Potencial. Além da adesão da empresa ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente, foi salientado por Marcelo Rodolfo a necessidade do cumprimento da cláusula da empregabilidade para mão-de-obra local e das cidades da base e também prioridade na contratação dos trabalhadores da Método, com todos os benefícios previstos no acordo coletivo vigente.

Por parte da empresa ficou acertado que as reivindicações serão analisadas e uma nova reunião será marcada posteriormente. Mas, na assembleia de hoje, trabalhadores e Sindicato deixaram claro que não aprovarão a retirada de nenhum direito.

Dia D

Segundo apurou o Sintricom, a Petrobras faria hoje reuniões com a Método e com a EQS para tratar da transição entre as empresas. O contrato com a Método se encerra em fevereiro do próximo ano. Já, a EQS assinou ontem o seu contrato com a Revap.

“Estamos atentos a essa transição para que os trabalhadores da Método não sejam prejudicados. Para nós é uma questão de honra garantir que todos recebam os seus direitos. Desde o início deixamos claro para todos que não vamos permitir nenhum calote. O dinheiro retido tem que vir para o bolso dos trabalhadores e não ficar gerando lucro para os acionistas. A Petrobrás tem que ser responsabilizada e fazer a parte dela para resolver a situação dos trabalhadores”, disse o presidente Marcelo Rodolfo.

A postura da Petrobrás nas licitações, que priorizam o menor preço, sem se preocupar com a saúde financeira das empresas contratadas é a maior culpada para os constantes calotes sofridos pelos trabalhadores. No caso da Método Potencial, a situação financeira da companhia também tem ocasionado atrasos em outras refinarias: RPBC (Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão), REPAR (Refinária Presidente Getulio Vargas) em Araucária-PR, na Replan em Paulínia e Província Petrolífera de Urucu, em Coari-AM.  Na Revap, em São José dos Campos, a empresa mantém seu maior contrato no momento, que deve ser encerrado em fevereiro do próximo ano.

Unidade Sindical

A luta dos trabalhadores da Método Potencial pelos seus direitos, desde o início recebeu o apoio da coordenação da CUT no Vale do Paraíba e Litoral Norte, comandada pelo sindicalista Zé Carlos dos Condutores e da Feticom, representada pelo vice-presidente, Gilmar Guilhen.

Além disso, sindicatos das mais diversas categorias também tem comparecido as assembleias para prestar solidariedade: diretoria do Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba e do STIC MOB Jacareí (Sindicato da Construção Civil).  Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Sindipetro-SJC, Sindicato dos Papeleiros de Jacareí, Sindicato dos Vidreiros do Estado de SP, Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba.

Confira como foi a assembleia


Alessandra Jorge