Após pressão, Método Potencial recua e chama Sintricom para negociação, mas greve continua

Após pressão, Método Potencial recua e chama Sintricom para negociação, mas greve continua

Cerca de 95% da mão-de-obra responsável pela manutenção da refinaria está parada

Após pressão dos trabalhadores, em greve desde ontem (3), a Método Potencial, terceirizada, que presta serviços de manutenção de rotina na Revap (Refinara Henrique Lage) em São Jose dos Campos agendou para hoje (4) uma reunião com o Sintricom ((Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, do Mobiliário e Montagem Industrial) de São José dos Campos e Litoral Norte.

Hoje pela manhã, em assembleia com o presidente em exercício do Sintricom, Marcelo Rodolfo da Costa, com o vice-presidente da Feticom-SP Gilmar Guilhen e com o coordenador da CUT Vale do Paraíba e Litoral Norte, Zé Carlos dos Condutores, foram destacadas a Unidade e a Resistência dos trabalhadores que decidiram pela manutenção da paralisação até que a empresa apresente de forma concreta garantias de que os pagamentos serão efetuados sem atrasos.

Essa é a segunda greve dos trabalhadores da Método Potencial em 15 dias. Em outubro, o atraso no pagamento do salário de setembro e do vale alimentação motivaram a paralisação que terminou em 2 dias, após a empresa realizar os depósitos. No entanto, desde o dia 20 de outubro, o adiantamento do salário, garantido pelo Acordo Coletivo vigente é aguardado.

Na próxima segunda (8) é dia do pagamento do salário de outubro e da ajuda de custo (vale alimentação) de R$ 870,00. Já, no dia 29 de novembro devem ser pagos: a 1ª Parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de quase R$ 3 mil para cada trabalhadores e a 1ª parcela do 13º Salário.

Empresa cortou transporte

Em seu segundo dia, a paralisação continua com a adesão de mais de 95% dos trabalhadores, que hoje foram surpreendidos com o corte dos ônibus que os levariam à Revap. Mesmo sem condução fornecida pela empresa, muitos se organizaram e compareceram a Portaria P4 da refinaria para participarem da assembleia.

A situação financeira da empresa preocupa trabalhadores, que há meses convivem com atrasos nos pagamentos de salários, férias, rescisões e outros benefícios. E com o contrato terminando na Revap, o temor de que a Método Potencial saia e dê um calote no seu efetivo direto e em fornecedores, só aumenta.

Confissão de Dívida

Para evitar que o dinheiro de medições ou os valores retidos do contrato com a Refinaria, seja depositado na conta da Método Potencial e abocanhado pelos bancos, Sindicato negocia uma espécie de confissão de dívida da empresa, que permitiria que o repasse seja feito pela Petrobrás/Revap diretamente na conta dos trabalhadores ou via entidade sindical para transferência.

Mesmo sendo possível e já autorizada pela Justiça em outras Refinarias como na RPBC (Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão) e na REPAR (Refinaria Presidente Getúlio Vargas) em Araucária-PR, em São José dos Campos, a adoção do procedimento está sendo postergada pela Método Potencial e pela Petrobrás.

Precarização dos contratos e das condições de trabalho

A postura da Petrobrás nas licitações, que priorizam o menor preço, sem se preocupar com a saúde financeira das empresas contratadas é a maior culpada para os constantes calotes sofridos pelos trabalhadores.

Além disso, a manobra das empresas em buscar “sindicatos forasteiros” na tentativa de precarizar as condições de trabalho com a retirada de direitos é outro motivo que coloca em risco a saúde e a vida dos trabalhadores.

Somada a isso, a política de privatizações do governo do Presidente Bolsonaro tem sucateado e entregue de ”mãos-beijadas” todo o Sistema Petrobrás colocando também em risco a soberania do país e condenando a miséria a população que paga caro por uma riqueza que é dos brasileiros.

Movimento conta com apoio da CUT e sindicatos filiados, Feticom e Sindipetro-SJC

A coordenação da CUT no Vale do Paraíba e Litoral Norte, comandada pelo sindicalista Zé Carlos dos Condutores, diretores do Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba, presidente do STIC MOB Jacareí (Sindicato da Construção Civil), Aldeir dos Santos, o Barão, participaram da assembleia em apoio a luta dos trabalhadores na REVAP.

Redação: Alessandra Jorge, Imprensa Sintricom SJC e Litoral Norte

Imagens e edição de vídeo: Heitor N. Morais


Alessandra Jorge